ARTIGOS DE OPINIÃO | | Foto: Projeto Flores de África, Kutsaca ONGD O empoderamento da Mulher Rural em Moçambique Susana Cravo - Administradora da Kutsaca – Formação e Consultoria A minha experiência profissional com Mulheres Rurais em Moçambique centra-se sobretudo nas Províncias de Gaza e de Cabo Delgado. E é recente: tem 10 anos. A minha experiência de quase 30 anos centra-se sobretudo no mundo corporativo, que inclui muita Indústria não-urbana, mas que naturalmente (ainda) concentra muito os seus volumes de investimento na 1ª e 2ª linha de gestão, que está maioritariamente no meio urbano. Chegar ao meio rural para mim, no final dos meus 30 anos, exigiu um grande trabalho de desconstrução, que está longe de ter terminado. Dizem que até aos 40 nós ganhamos certezas, e que a partir dos 40, começamos a perdê-las (e a libertarmo-nos delas). Esta libertação, além de ampliar a minha percepção do mundo (e das fortes palmadas e rasgares internos), tem aprofundado a qualidade da minha relação comigo, com os outros e com os Lugares. E isto tem-me devolvido a um lugar de pertença em humildade. Um lugar de participação, em sistemas vivos, que estão em permanente mutação, impregnados de forças de ativação e de resistência, que em ciclos de entropia-sintropia sustêm (e são) a própria vida. É a partir deste lugar de pertença em humildade, que trago a minha lente, inevitavelmente condicionada pela minha experiência. Muito antes de chegarmos a uma abordagem sobre a Mulher Empreendedora, é preciso gerar co-reflexão sobre os pilares que sustentam a sua realidade contextual, fortemente baseada em valores e crenças patriarcais. E quanto mais rural for o meio, maior pode ser a violação de direitos a que as Mulheres podem estar sujeitas. Para aquelas e aqueles que acharem que estou a exagerar, deixo aqui alguns dados representativos da desigualdade de género em Moçambique: (Fonte: Guião para facilitar formações sobre género, Ministério da Educação e Desenvolvimento Humano, com Assistência Técnica da GIZ-PE e Co.Result.eu, março 2022) - 48% das mulheres casam-se com 18 anos de idade ou com uma idade inferior; ou seja, cerca de metade do total de mulheres Moçambicanas;
- 20% das mulheres são mães com uma idade inferior a 16 anos;
- Uma em cinco são mães com uma idade inferior a 16 anos (20%) e uma em duas Mulheres é mãe com uma idade inferior a 18 anos;
- A prevalência de HIV é superior nas mulheres do que nos homens por causa da vulnerabilidade.
- 1 em cada 3 mulheres já sofreu de violência baseada no género;
- As Mulheres são mais afetadas pela pobreza do que os homens, uma vez que a pressão social dá prioridade a outras atividades do que por exemplo a escolaridade da rapariga;
- Muitas raparigas têm mais aproveitamento escolar do que rapazes, mas interrompem a escola precocemente (de um modo geral, entre 2018 e 2019, verificou-se uma constância no efetivo escolar para mulheres (48,2%) e para homens (51,8%), mas as províncias com maior paridade de género, e que impactam os números nacionais, são Maputo, Gaza e Inhambane);
- Uma pessoa com menos formação formal tem menos acesso aos estudos/universidade, logo menos acesso ao emprego mais qualificado e menos influência no desenvolvimento da sociedade;
- 80% dos funcionários (empregos formalizados) são homens.
Concretamente falando das Mulheres Empreendedoras do mundo rural, destaco três aspetos que considero importantes: - Auto-conhecimento – Embora visto ainda como um luxo da mulher urbana ou do mundo corporativo, o auto-conhecimento também é fundamental para estas Mulheres. Compreender quem sou eu, quais são os meus dons, o que faço bem naturalmente, o que sei fazer, mas me deixa em esforço. Muito antes de chegar ao plano de negócio, é crucial que a Mulher se conheça, para tomar decisões conscientes sobre o tipo de projeto que quer iniciar/fazer parte, assim como fortalecer a sua auto-confiança, a sua motivação e resiliência para os desafios que vai encontrar no percurso. É comum, sobretudo em meios rurais, que as Mulheres se dediquem aos ofícios de sempre, que não sejam sequer equacionadas outras possibilidades e que a falta de auto-confiança e auto-estima sejam um enorme bloqueio a essa experimentação e aventura de descoberta. - Onde é que o meu dom se cruza com a necessidade da comunidade – Como colocar o meu dom ao serviço da minha comunidade, do meu lugar. Pensar o lugar em conjunto, ativar a inteligência coletiva do lugar, a partir de um paradigma regenerativo e coerente, tendo em conta os desafios emergentes e alinhados com o triple bottom line: People, Profit, Planet (ou o tão na moda ESG – Environmental, Social and Governance), desmistificando toda a campanha verde de propaganda que não é mais do que Business as Usual. É meu ponto de honra, servir os lugares com que me relaciono, procurando e incentivando modelos mais colaborativos. Creio que o empreendedorismo atual, acaba por fomentar o individualismo e competição e as Mulheres - e homens também claro, acabam muitas vezes por enfrentar os mesmos desafios sozinhas e desistir. Não temos espaço aqui, nem faz sentido, trazer toda a cadeia de negócio que também vive disto: do Empreendedorismo e do Verde (vulgo greenwash). - Concretamente no que respeita ao financiamento – Creio que é preciso criar mais pontes entre as instituições financeiras e as Mulheres rurais. Muitas vezes o desafio começa na língua. A Mulher não fala Português e não tem acesso à informação. Em Moçambique falam-se 17 línguas diferentes e sabemos o quanto é importante que a mulher se possa expressar e escutar na sua própria língua. Também é preciso desconstruir mitos sobre a banca/ instituições, muitas vezes baseadas em histórias que passam entre elas. Os programas de literacia financeira integrados em pontos focais como escolas, municípios, postos administrativos, são fundamentais. A presença nestes pontos focais, por si só e em meios rurais, é determinante para gerar confiança com os conselhos de anciãos e/ou Líderes locais, conhecer o público local, e quem são os seus empreendedores e empreendedoras locais. Que tipo de soluções existem para ele(a)s. Garantindo uma abordagem e explicação das mesmas em linguagem acessível, e depois um acompanhamento, que fortaleça a relação de confiança e acima de tudo, que mude as histórias contadas por elas, que perduram. Por fim, e porque as pontes se constroem entre quem se foca nas semelhanças e não nas diferenças, e caso traga conforto a alguém, nós Mulheres não somos assim tão diferentes, quer rurais, quer urbanas, quer do sul quer do norte. No meu trabalho, nos meus grupos de formação, partilha, aprendizagem, encontro muito mais semelhanças do que diferenças. E infelizmente o abuso, a violência, a desigualdade, com contornos diferentes, são transversais e sistémicos. Assim o são também, o amor, o labor, a coragem, a determinação, a beleza e a potência que todas trazem dentro de si. Do meu lado, e sempre a partir de uma profunda humildade, escuta e pertença, farei a minha parte para ativar esse poderoso e potente espaço de agência que são os coletivos femininos. Não contra nada, nem ninguém. Não é um movimento de combate, é um movimento pela Vida. Plural, feito por todas e por todos. As mulheres são quem faz a vida continuar, em casa, na escola, na terra, na guerra, na comunidade. Estamos longe de lhes dar o devido valor e poder. Nota: partilha-se no final desta Newsletter, como recurso +EMPREGO, o “Manual da Mulher Empoderada”, da autoria da Susana Cravo, que tem como objetivo enquadrar, formar e empoderar, todas as Mulheres de Cabo Delgado. Destina-se a ser um recurso pedagógico a utilizar pelos pontos focais do Projeto +Emprego, Formadora(e)s e Especialistas em Igualdade de Género. O Manual está disponível para download no sítio do projeto. | | ___________________ | | A importância do Fórum Portugal Moçambique para as relações económicas e de negócios entre os dois países Elias Mondlane - Gestor do Gabinete de Apoio Empresarial da CTA A Confederação das Associações Económicas de Moçambique (CTA) realizou uma Missão Empresarial para Portugal (Porto e Lisboa), de 22 a 24 de abril do corrente ano, com o objetivo de gerar novas oportunidades para estabelecer parcerias, representar marcas em sectores como Petróleo e Gás, Agro-indústria, Transportes e Logística, Finanças e Serviços, Energias Renováveis, Hotelaria e Turismo. Foram parceiros desta Missão Empresarial, a Associação Industrial Portuguesa (AIP), a Câmara de Comércio Moçambique – Portugal (CCMP), a Confederação Empresarial da CPLP, a Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP) e a Câmara Municipal da Santa Maria da Feira. Apesar dos laços existentes, as exportações de Moçambique para Portugal caíram. Há 10 anos, as nossas empresas exportavam pouco mais de 100 milhões de dólares para Portugal, 5 vezes maior do que exportam atualmente. O mesmo se observa nas importações de Portugal para Moçambique, que caíram para a metade. No geral, o nosso comércio e investimentos bilaterais reduziram. No entanto, os países continuam a oferecer ricas oportunidades para as empresas de ambos os países. Por isso, organizámos esta missão Moçambique – Portugal sob tema: INTERNACIONALIZAÇÃO DAS EMPRESAS PORTUGUESAS NOS PALOPs – O CASO DE MOÇAMBIQUE, que culminou com um Fórum de Negócios Moçambique – Portugal como o momento mais alto da missão, com a participação do Governo moçambicano. Participaram desta Missão cerca de 80 empresas moçambicanas, que beneficiaram de mesas redondas setoriais, B2Bs, visitas a empresas com enfoque para a indústria, exposição de produtos e serviços. Como resultado desta missão, identificámos várias oportunidades e agrada-nos ver discussões de negócios concretos já em curso: - Oportunidades de investimento na cana-de-açúcar no distrito de Magude e diversificação das fontes energéticas. Atualmente o Distrito produz 1,2 milhões de toneladas por dia de cana-de-açúcar e tudo com mercado garantido, que são as açucareiras. Entretanto, há espaço para duplicar a produção e procura-se investidores para a produção do etanol na base da cana-de-açúcar.
- A criação massiva de gado em Magude permite o desenvolvimento da indústria de carne, bem como de couro. O Distrito de Magude já está a discutir uma parceria com uma empresa do Porto ligada ao sector, com perspectivas concretas de investimento.
- A Green Venture, uma empresa portuguesa de investimento e gestão de ativos, especializada na identificação, aquisição, desenvolvimento e implementação de projetos de energias renováveis vai investir em Moçambique e já tem encontros agendados para o mês de maio. A empresa vê oportunidades nos objetivos do Governo de Moçambique em atingir a eletrificação universal até 2030.
- A PANGEA, empresa moçambicana de tratamento de resíduos sólidos para o sector de petróleo e gás, beneficiária do Projeto +EMPREGO na componente de certificação da qualidade e vencedora da Campanha Empresa +EMPREGO, cujo prémio foi a sua participação na Missão Empresarial Moçambique-Portugal, identificou uma oportunidade de colaboração através de troca de experiências com o Porto de Sines e está em via de celebrar um contrato com a ECOLOG, para prestação de tratamento de resíduos sólidos.
Ainda no âmbito desta missão empresarial para o Porto e Lisboa, a delegação empresarial visitou os parques industriais na região da Santa Maria da Feira, onde foram identificadas diversas oportunidades, com destaque para o interesse das empresas da região em se internacionalizar, buscando novos mercados. A CTA, Câmara Municipal da Santa Maria da Feira e o Governo de Moçambique, através da Embaixada, irão trabalhar num acordo de cooperação com os parques industriais em Moçambique para que as empresas sediadas nestes parques, com destaque para o Parque Industrial FIENS e Lusopark, se possam internacionalizar através dos parques industriais moçambicanos. | | _________________ | NOTÍCIAS DOS NOSSOS PARCEIROS | | XIX Conferência Anual do Sector Privado, CTA – um balanço Teve lugar nos dias 15 a 17 de maio, em Maputo, a XIX Conferência Anual do Sector Privado (CASP), um fórum de interação entre o sector público e privado, que este ano decorreu sob o lema “Investimentos e negócios em ambiente das medidas de aceleração económica: desafios e oportunidades”. A CASP tinha nesta edição o Pacote de Medidas de Aceleração Económica (PAE) como foco. A proposta de criação de valor do PAE preconiza que a medida deverá possibilitar, entre outros, um maior acesso ao financiamento para as micro, pequenas e medias empresas (MPME’s) até agora excluídas do acesso formal ao crédito, espera-se ainda que venha a permitir um melhor acesso das MPMEs que já efetuam transações com as instituições financeiras, empréstimos maiores a prazos mais longos para o investimento em ativos fixos e melhores termos e condições em geral. A CTA fez uma avaliação geral positiva da implementação do PAE, especialmente no que concerne à componente legislativa para a implementação efetiva das 20 medidas e diz que o impacto das mesmas já se começa a fazer sentir no sector produtivo, porém, “a maior parte das medidas demandam tempo e fases críticas para a sua implementação efetiva” refere Agostinho Vuma, Presidente da CTA, para quem esta iniciativa reformista do Governo se deve prolongar para além do tempo inicialmente estipulado de vigor das medidas, isto é, 2024. Por outro lado, o Presidente da República, Filipe Nyusi, destacou a criação do Fundo Soberano de Moçambique, a ser alimentado pelas receitas da exportação do gás natural, e que demonstra a intenção do País em elevar o nível de governação e transparência na gestão pública. Yvonne Mhango, economista-chefe da agência de informação financeira Bloomberg Africa, destacou o crescimento promissor de Moçambique em relação a outros países africanos, antecipando um aumento significativo de 3,8% impulsionado pelo sector não mineiro e hidrocarbonetos., e apoiado por reformas e investimentos em infra-estruturas. https://www.oeconomico.com/xix-casp-cta-propoe-prolongamento-do-pae/ https://www.diarioeconomico.co.mz/2024/05/15/oilgas/lng/casp-2024-pr-reitera-que-fundo-soberano-vai-promover-transparencia-na-gestao-publica/?utm_source=mailpoet&utm_medium=email&utm_campaign=Maio%202024 https://www.diarioeconomico.co.mz/2024/05/16/economia/casp2024-mocambique-projecta-crescimento-de-38-apoiado-por-reformas-e-investimentos-em-infra-estruturas-bloomberg-africa/?utm_source=mailpoet&utm_medium=email&utm_campaign=Maio+2024 | ___________________ | | Governo e Parceiros discutiram ações conjuntas no domínio da Formação Profissional e de Estudos Laborais, em Maputo No âmbito da Formação Profissional, a 20 de maio, a Secretaria de Estado da Juventude e Emprego (SEJE), realizou, na cidade de Maputo, uma reunião com Parceiros de Desenvolvimento do Instituto de Formação Profissional e Estudos Laborais Alberto Cassimo (IFPELAC), com objetivo de concertar ações programáticas dos diferentes parceiros no domínio da Formação Profissional e de Estudos Laborais. A reunião com Parceiros de Desenvolvimento do IFPELAC, onde o projeto +EMPREGO esteve presente, teve como pontos de discussão a apresentação do resultado alcançado no âmbito da cooperação internacional em 2023; a partilha do Plano de Atividades do ano 2024; a apresentação dos Termos de Referência do MECOPEPE, um mecanismo da iniciativa da GIZ, Agência de Cooperação da Alemanha, e que pretende melhorar a coordenação entre os parceiros e o debate sobre os tópicos e geografias para aplicação dos recursos. https://www.facebook.com/IFPELACOFICIAL?locale=hi_IN | ___________________ | | Fundação Aga Khan promove ação de formação em Agricultura Regenerativa para os beneficiários de vários projetos em curso em Cabo Delgado Com foco no fortalecimento da capacidade das comunidades agrícolas de construírem meios de subsistência sustentáveis e resilientes a partir das cadeias de valor agrícolas, e combater as alterações climáticas, a Fundação Aga Khan (AKF) atua em intervenções integradas na agricultura, pecuária, aquicultura e silvicultura, acreditando que disto depende o futuro da agricultura. Com o apoio da equipa do programa global da AKF, que visitou a Fundação Aga Khan Moçambique, foram realizadas sessões de treino de 3 dias sobre Agricultura Regenerativa, em Pemba. Um grupo diversificado dos vários projetos em curso assistiu às sessões, incluindo o Instituto Agrário de Bilibiza, num modo muito interativo, apoiado por casos reais e vídeos. Histórias de sucesso de agricultores que estão a construir a sua resiliência climática através da adoção de soluções agrícolas regenerativas encontram-se acessíveis no The Learning Hub da Fundação Aga Khan. https://www.facebook.com/akfmoz/ | _________________ | ENERGIA E AMBIENTE | | Energia renovável cresceu 14% em 2024 e pelo menos 2.2 milhões de pessoas beneficiam de energias renováveis A produção de eletricidade através de parques solares em Moçambique cresceu 14% no primeiro trimestre do ano, revelou o relatório de execução orçamental, divulgado pela Lusa. De acordo com o documento elaborado pelo Ministério da Economia e Finanças, existem no País seis grandes parques solares e outras centrais de pequeno porte que, conjuntamente, obtiveram uma produção de 19.688 MegaWatts-hora (MWh), contra os 17.328 MWh verificados em igual período de 2023. O relatório recordou que, no ano passado, o País contava com projetos para centrais solares de 125 MW, salientando que a nova Estratégia de Transição Energética prevê investimentos de cerca de 80 mil milhões de dólares até 2050. Entretanto, os dados afirmam que pelo menos 2.2 milhões de moçambicanos beneficiaram de energias renováveis até ao primeiro trimestre do corrente ano, no âmbito do programa BRILHO, um dos principais parceiros do Governo no sector da energia fora da rede, com vista à promoção da sustentabilidade e do acesso universal a energias limpas. Uma nota do programa informa que 1.332.230 pessoas beneficiaram de sistemas solares e 920.790 pessoas de soluções melhoradas para cozinhar, contribuindo para a redução das emissões de dióxido de carbono em mais de 560 mil toneladas. https://clubofmozambique.com/news/mozambique-solar-power-output-in-q1-up-14-yoy-still-less-than-0-5-of-total-258470/ https://clubofmozambique.com/news/mozambique-at-least-2-2-million-people-benefit-from-renewable-energy-257768/ | __________________ | | IFC pretende financiar o sector de biocombustíveis em Moçambique A Corporação Financeira Internacional (IFC), braço de investimentos do Banco Mundial, afirmou a 16 de maio estar interessada em financiar o sector de biocombustíveis em Moçambique, tendo em conta o elevado potencial que o País dispõe. Segundo a Agência de Informação de Moçambique, o interesse foi manifestado pelo diretor-executivo do IFC, Makhtar Diop, minutos depois de uma audiência que lhe foi concedida pelo Presidente da República, Filipe Nyusi, em Kigali, à margem do Africa CEO Forum. Segundo a fonte, não foram avançados números em termos do volume de investimento, mas assegura que ficou o compromisso das partes em desenvolver programas concretos através do sector privado nacional para explorar este segmento energético. A IFC entende que os projetos de biocombustíveis são viáveis mediante um forte suporte do Governo, através da adoção de políticas adaptadas ao contexto moçambicano, numa clara alusão aos incentivos fiscais para promover a produção da matéria-prima com vista a assegurar preços competitivos do produto. A produção de bioenergia moderna em Moçambique está numa fase embrionária, mas afigura-se como fonte promissora de bioenergia, de longo prazo, com potencial para minimizar os impactos ambientais e as preocupações de segurança, representadas pela dependência atual dos combustíveis fósseis. https://www.diarioeconomico.co.mz/2024/05/17/oilgas/renovaveis/ifc-pretende-investir-em-biocombustiveis-no pais/?utm_source=mailpoet&utm_medium=email&utm_campaign=Maio+2024 | ___________________ | | EDP Renováveis dispõe de 1 M€ para projetos de energia em cinco países africanos, incluindo Moçambique A empresa EDP Renováveis, uma subsidiária do Grupo EDP de Portugal que opera no domínio das energias renováveis, lançou no mês de maio mais uma edição do programa “Fundo A2E (Acesso à Energia)”, através do qual seleciona e financia os melhores projetos de acesso às energias renováveis em comunidades localizadas nos países africanos, apoiando, deste modo, o fornecimento de soluções energéticas sustentáveis que contribuam para uma transição justa e inclusiva. Segundo uma publicação do MarketScreener, as organizações interessadas em apresentar projetos que contribuam para a promoção de energias limpas e inclusão energética podem candidatar-se até ao final do mês de maio. Com um orçamento total de um milhão de euros, na presente edição, serão financiados projetos desenvolvidos em cinco países africanos, nomeadamente Moçambique, Nigéria, Maláui, Quénia e Ruanda, onde ainda existem elevados níveis de exclusão energética. Vera Pinto Pereira, administradora-executiva da EDP, recordou que após cinco edições, onde já foram investidos mais de 3.5 milhões de euros, os 38 projetos anteriormente apoiados já beneficiaram direta e indiretamente a vida de quase 3 milhões de pessoas em sete países africanos, num continente onde se estima que mais de 80% da população ainda não tenha acesso à eletricidade. https://www.diarioeconomico.co.mz/2024/04/30/oilgas/renovaveis/edp-renovaveis-dispoe-de-1-me-para-projectos-de-energia-em-cinco-paises-africanos-incluindo-mocambique/?utm_source=mailpoet&utm_medium=email&utm_campaign=Abril+2024 | ___________________ | INDICADORES SOCIOECONÓMICOS REGIÃO NORTE CABO DELGADO E NAMPULA | | Governo aprova investimento de mais de 900 M€ para desenvolver o Terminal Portuário e Logístico de Pemba O Executivo aprovou no dia 21 de maio um investimento de mais de 900 milhões de euros (61,8 mil milhões de meticais) para o Porto de Pemba, na província de Cabo Delgado. Falando após mais uma sessão do Conselho de Ministros, a vice-ministra da Indústria e Comércio, Ludovina Bernardo, explicou que o valor será investido pela empresa Pemba Bulk Terminal Limitada, acrescentando que a resolução do Governo autoriza ainda o ajuste direto das operações do Porto de Pemba àquela sociedade comercial, em regime de concessão. Segundo a responsável, a Pemba Bulk Terminal Limitada, constituída pela CD Properties e Portos de Cabo Delgado, vai executar, quer em terra, quer no plano de águas, os trabalhos de construção, operação, gestão, manutenção e devolução do Terminal Portuário e Logístico de Pemba. https://www.diarioeconomico.co.mz/2024/04/30/oilgas/renovaveis/edp-renovaveis-dispoe-de-1-me-para-projectos-de-energia-em-cinco-paises-africanos-incluindo-mocambique/?utm_source=mailpoet&utm_medium=email&utm_campaign=Abril+2024 | __________________ | | Syrah Resources obtém financiamento de US$ 64,73 milhões para Mina de Grafite em Cabo Delgado A empresa australiana de mineração Syrah Resources anunciou a obtenção de um financiamento de 64.73 milhões de dólares para impulsionar as operações da sua mina de grafite localizada em Balama, na província de Cabo Delgado. Segundo informações da empresa, a conclusão da operação de financiamento de 13 anos, por meio da DFC, a agência de financiamento e desenvolvimento do Governo dos EUA, permitirá financiar os requisitos de capital das operações locais de grafite. Estas operações compõem uma das maiores reservas mundiais dessa matéria-prima, utilizada em baterias de carros elétricos. O financiamento também visa viabilizar estudos de viabilidade para o desenvolvimento do recurso de vanádio de Balama e a expansão atual e futura das instalações de armazenamento, bem como a sustentação das operações de Balama. De acordo com a Syrah Resources, o empréstimo proposto pela DFC está em consonância com o compromisso de promover acordos e parcerias comerciais e de investimento entre os EUA e África. Além disso, busca garantir a implementação de cadeias de fornecimento em Moçambique, financiando investimentos na operação de mineração e processamento de grafite da empresa em Balama. https://www.oeconomico.com/syrah-resources-obtem-financiamento-de-us-6473-milhoes-para-mina-de-grafite-em-cabo-delgado/ | ___________________ | | Moçambique subiu dois lugares no Índice de Desenvolvimento Humano 2023-2024, que no geral continua baixo No Índice de Desenvolvimento Humano, publicado a cada dois anos pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, Moçambique ocupa o 183.º lugar do ranking mundial, entre 193 países. Com uma pontuação ligeiramente acima do último relatório, mas abaixo da média da África Subsaariana, o País integra o grupo das nações com baixo desenvolvimento humano. O documento assenta em três grandes dimensões de análise. A primeira é a saúde, medida pelo indicador da esperança de vida à nascença. A segunda é a educação, baseada no número esperado de anos de escolaridade e na média efetiva de anos de escolaridade das pessoas com mais de 25 anos. A terceira é a qualidade de vida, que resulta do Produto Interno Bruto (PIB) per capita, ou seja, da divisão do PIB por paridade de poder de compra pelo número de habitantes. A soma ponderada destas três dimensões gera uma pontuação final que varia de zero a um. Os países com pontuações acima de 0,8 têm um excelente grau de desenvolvimento humano; entre 0,7 e 0,8 têm um nível elevado; entre 0,55 e 0,7 um nível médio; e abaixo de 0,55 um nível baixo. A pontuação geral de Moçambique é de 0,461 – ligeiramente acima dos 0,459 do relatório anterior, mas abaixo da média da região da África Subsaariana de 0,549, o que coloca o País no grupo das nações com um nível baixo de desenvolvimento humano. https://www.diarioeconomico.co.mz/2024/04/08/economia/desenvolvimento/pnud-mocambique-no-grupo-de-paises-com-desenvolvimento-humano-baixo/?utm_source=mailpoet&utm_medium=email&utm_campaign=Abril+2024 | _________________ | RECURSOS +EMPREGO | | Manual da Mulher Empoderada – Kutsaca O Manual da Mulher Empoderada foi solicitado pelo projeto +EMPREGO para os Jovens de Cabo Delgado com o objetivo de enquadrar, formar e empoderar todas as Mulheres de Cabo Delgado. Destina-se a ser um recurso pedagógico a utilizar pelos pontos focais do projeto, formadora(e)s e especialistas em igualdade de género. A estrutura deste manual foi criada com o intuito de poder, de forma prática, co-percorrer um caminho de autoconhecimento compassivo e nutridor, aliado ao percurso e potencial das jovens como mulheres empreendedoras. Veja aqui o Manual | | DISCLAIMER Esta publicação foi produzida com o apoio financeiro da União Europeia. O seu conteúdo é da exclusiva responsabilidade dos seus autores e não reflete necessariamente a posição da União Europeia. Esta publicação foi produzida com cofinanciamento do Camões, I.P. Os conteúdos são da responsabilidade exclusiva dos seus autores. Nem o Camões, I.P, nem qualquer pessoa agindo em seu nome é responsável pela utilização que possa ser dada às informações contidas na presente publicação. O seu conteúdo não implica a expressão de opinião do Camões, I.P ou do Ministério dos Negócios Estrangeiros de Portugal. A referência a ações, produtos, ferramentas ou serviços específicos não implica que estes sejam apoiados ou recomendados pelo Camões, I.P. ou que lhes seja atribuída qualquer preferência relativamente a outros que não são mencionados. |
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